Thursday, April 27, 2006

Legitimidade

Lembro do início da guerro do Iraque, quando amigos brasileiros que moram nos Estados Unidos defendiam com unhas e dentes o governo Bush. Não havia argumento, explicação, lógica, ou o que quer que fosse que fizesse que o pessoal que mora lá abrissem os olhos e vissem a realidade: o governo Bush enfrentava uma crise de legimitidade, com o atentado de 11 de setembro, sem que achassem um inimigo para massacrar, resolveram unir o útil ao agradável - a intervenção no Iraque servia para arrumar uma guerrinha tão ao gosto do povo americano, uma forma de vingar o 11/09 (embora com o inimigo errado), e invadir uma nação rica em petróleo.

Agora se avizinha uma nova crise, estamos às vésperas de um novo enrosco, dessa vez com o Irã. Um lado dizendo que o uso de urânio é para fins pacíficos, o outro dizendo que o interesse é desenvolver aparatos bélicos nucleares. Fica muito difícil de se julgar quem tem razão na questão, principalmente quando um dos lados, o lado que detém o maior arsenal nuclear do mundo, se arvora a ser um dos únicos com o direito de possuir este tipo de arma.

Essa coisa do Eua se arvorarem em polícia do mundo não sei se vai dar em boa coisa.

Monday, April 17, 2006

Olhando a banda passar

Fiquei pensando em alguém na janela vendo a banda passar. Hoje em dia as bandas não passam mais; ainda existem bandas hoje em dia? Não falo nessas bandas militares, nada contra elas, mas elas me parecem muito formais, são o que são, militares; falo daquelas bandas municipais que tocavam nos coretos da praça principal das cidades do interior. A imagem é bucólica, saudosista, coisas das memórias dos tempos da minha meninice. Convivi com essas bandas, que passavam, com os coretos, com música na praça aos domingos e feriados, com a vida da cidade do interior; que não tinha "movimento", tinha qualidade.

Hoje vivo numa cidade grande, vivo no movimento; onde milhares de pessoas vem e vão, desconhecidos que passam sem deixar saudade. Não passam mais bandas, não existem mais bandas, não existem coretos, só restaram as memórias guardadas disso tudo, das moças nas janelas; hoje as pessoas não ficam mais em janelas, elas ficam com outras pessoas, que não ficam, também vão, passam, sem deixar saudade. Hoje está tudo muito mudado, transformado, a única coisa que não mudou foram as saudades, as memórias.