Friday, March 31, 2006

Janelas

Janelas são aberturas para o mundo, onde a vida entra e sai. Janelas rompem o nosso isolamento, são hiatos das paredes. São vias de duas mãos onde olhares vem e vão, cruzam e, às vezes, colidem. É quando um olhar olha um olhar a olhar pela janela. Olhares medem, examinam, avaliam. Olhares imaginam, sonham, profetizam.

Janelas são, antes de tudo, não seres, o nada exaltado em toda a sua importância. O todo que passa a ser uma possibilidade pelo não ser. Ah! Poéticas janelas! Comunicação dos mundos, público invadindo o íntimo; íntimo se expondo ao mundo. Janelas belas, delas, que nelas perpassam toda a cor dos olhos.

Wednesday, March 22, 2006

Os serviços meia-boca

Fico olhando com tristeza para os campos onde "deveriam" estar as imagens nesse blog. Resolvi me associar a esses serviço que oferecem hospedagem gratuita para imagens, como uma forma de não sobrecarregar os arquivos aqui do Blogger - até porque não se tem um gerenciamento correto sobre a quantidade de imagens que são permitidas.

Agora você carrega o blog e aonde estão as imagens? Ninguém sabe, ninguém viu. A verdade é que funciona muito bem aquela tese sobre os serviços gratuítos nos quais, com honrosas exceções, você obtém o serviço justo por aquilo que você pagou. Ou seja, você não pagou nada e vai obter... é, isso mesmo, nada. Não se pode exigir nada do nada.

Fica uma única dúvida nisso tudo, embora essa minha dúvida já esteja respondida naquele milhão de cláusulas com as quais você adere ao se inscrever num serviço desses: ninguém é obrigado a oferecer nada de graça para ninguém; seria de supor que se está oferecendo é porque têm condições para fazê-lo com uma qualidade aceitável.

Friday, March 17, 2006

As Janelas nas manhãs

Todas as manhãs as janelas se abrem, como se dissessem: aqui estou! Pronta para mais um dia, já podeis entrar mundo! Se abrem para o jogo da vida, porque quem as habita vivos estão! Fico pensando nas janelas que não se abrem, que passam as horas e não vem a mão para abri-las ao mundo. Permanecem mortas. Permanecem mudas. Permanecem fechadas. Muitas vezes para sempre.

Monday, March 13, 2006

A Moça na Janela II

Vejo a moça na janela, uma bela contemplar o mundo. Debruçada na veneziana amarela, encanta quem passa por ela. O mundo também contempla a beleza que lhe faz ser menos cruel. Um canteiro de açucenas enfeita e valoriza o enquadramento do quadro. Sou sentinela fiel, que ao longe guardo a bela contemplativa. Que sabe a donzela de mim? Que só tenho dela a visão, a estampa da moldura dessa pequena janela. Não sorri ela pra mim, sorri a quem passa por ela. Não está ali por mim, está para enfeitar a viela. E a vida segue assim, ela sem saber de mim, eu só cuidando dela.

Sunday, March 05, 2006