Wednesday, January 13, 2010

Do céu

Poucas coisas caem do céu: chuva, neve, titica de passarinho, raramente algum avião e paraquedistas. Candidatos a presidente da república de qualquer país não se espera que caiam do céu, mas que surjam do meio de algum dos segmentos da comunidade.

Pois esse é justamente o caso brasileiro. A futura candidata do atual governo, madame Dilma, caiu do céu e está sendo apresentada como sucessora de mister Lula. Madame Dilma não é política, nunca se candidatou a nada (salvo a algum clube paroquiano ou de pais e mães que eu desconheça).

Mas mister Lula acha que madame Dilma é o sonho de consumo de todos nós brasileiros, ou seja, mister Lula acha que o que ele acha é suficiente para pretender ser o dono da nossa vontade, alguém capacitado a escolher por todos.

Não é o que manda a democracia. Mister Lula faria bem melhor se fosse gozar a sua imerecida aposentadoria, recolhendo-se a sua insignificância - de onde nunca deveria ter saído!

Tuesday, February 03, 2009

O paraíso dos astros no ocaso

Raros são os astros da música que não experimentam altos e baixos nas suas carreiras. Madonna e Rolling Stones, por exemplo, são duas das honrosas exceções a essa regra: nunca saíram do topo. Para os demais, vale a regra geral de que, mais difícil do que galgar as paradas e o sucesso é permanecer no topo.

Nada contra ninguém, é assim que funciona a vida. O que também tornou-se uma realidade é que o Brasil é um dos paraísos de astros no ocaso de suas carreiras. Quando o pessoal já não consegue fechar mais nenhum contrate que preste lá fora - principalmente na América do Norte e Europa - descobrem magicamente que o Brasil consta no mapa e que não é habitado apenas por sílvicolas.

A última viajante que chegou nessas pragas é Alanis Morissette, a cantora canadense. E chegou exigindo muito: nenhum fotógrafo pode se aproximar da beldade a menos do que 300 metros. Como se vê, esse pessoal sempre chega por aqui podendo muito.

Se dependendesse da minha presença, ela ia cantar para um auditório vazio... 

Sunday, January 11, 2009

Novos tempos

Leio que um passageiro de nacionalidade chinesa gastou a quantia de 155 mil reais em vinhos finos no aeroporto Charles de Gaulle de Paris. Além de chamar a atenção pela elevada quantia dispendida, que dizem ser um recorde para as lojas de conveniência do aeroporto da capital francesa, também chama a atenção a origem do comprador: a China.

Até há alguns anos seria impensável pensar que um cidadão chinês pudesse gastar essa quantia, um hábito consumista impraticável em qualquer economia comunista - mesmo para a elite do partido comunista. Leio, também, que essa compra supera o antigo recorde, num aeroporto francês, que era de outro passageiro chinês que gastara 23.000 euros em uma loja do Charles de Gaulle, comprando também vários vinhos franceses. 

Sinal dos tempos...

Tuesday, December 30, 2008

Um ano de sucesso!

2008 foi um ano feliz para mim. Não ganhei na loteria, não conquistei nada importante do ponto de vista material. Esse meu sentimento de gratidão com relação ao ano de 2008 se deve a recuperação da minha visão. Acometido por uma catarata, fiquei quase um ano aguardando as condições ideais para a execução de uma cirurgia - na verdade duas, uma em cada olho!

Durante esse tempo, com a visão muito reduzida, não pude ler e só consegui escrever alguma coisa nos meu blogs recorrendo ao recurso de aumentar a fonte no computador. Sempre vale a máxima que diz que "só damos valor a alguma coisa quando a perdemos". No meu caso isso foi verdadeiro: ficar com a visão limitada me fez valorizar em muito a graça de ver.

Coloquei a pele do lobo e descobri como é difícil conviver com algum tipo de deficiência visual. Esse ano foi uma de reclusão quase total para mim. Meus livros se acumularam, meus blogs ficaram muito desatualizados - basta conferir as datas das postagens. Mas agora está tudo bem, de boa, como dizem.
Um feliz ano novo para todos!

Tuesday, November 11, 2008

A Terra vista pelo Google

O que já era bom ficou melhor. Andei (literalmente, andei) navegando pelo Google Earth, o programa do gigante das buscas sobre o nosso planeta. A adição de alguns recursos, notadamente as fotos panorâmicas com um efeito de cobertura de 360° dos lugares de alguns dos mais importantes pontos do planeta - no meu caso, andei pela Cidade Eterna, por Roma.

A qualidade das imagens, a possibilidade de ver os aspectos geográficos, os pontos turísticos, as ruas é impressionante. É quase como estar presente visitando o lugar. Faltam, é claro!, os sons, o cheiro, o clima, enfim, todos os sentidos que tornam a experiência presencial insubstituível. Mas posso dizer que, diante da impossibilidade de estar lá, é uma experiência que se aproxima.

Experimente, garanto que não vai se arrepender. (Obs.: é preciso ter instalado previamente o programa Google Earth fornecido gratuitamente pelo Google no seu computador).

Friday, October 31, 2008

Halloween

Quais seriam as manifestações culturais legitimamente brasileiras? Nosso folclore é a resultante do somatório das influências indígenas, portuguesas (européia) e africanas. Fica, pois, difícil falar em cultural autenticamente brasileira, a qual, para ser rigoroso, deveria limitar-se às tradições herdadas dos povos indígenas que habitavam as terras desse país há tempos imemoriais.

Por isso mesmo, brigar contra tradições importadas não parece ser uma coisa razoável, já que a nossa cultura foi grandemente formada pelo que veio de fora. Essa é a formação normal dos países do chamado novo mundo. Dizer que manifestações culturais tais como o carnaval, saci pererê, boto cor-de-rosa, bumba-meu-boi, maracatu, jongo, chula, são todas autenticamente brasileiras é esquecer - convenientemente - a origem de cada uma delas.

Hoje se comemora o Halloween, festa originária dos povos da Gália e da Grã-Bretanha e que se difundiu no mundo todo principalmente por influência norte-americana. É uma tradição inteiramente importada, mas que não foge do modo como as demais tradições culturais foram incorporadas ao nosso meio, a única diferença básica entre elas é o tempo. Dizer-se que essa é menos válida do que as outras não tem grande fundamento histórico.

Tuesday, September 30, 2008

A coitadização

Esse neologismo - coitadização - é invenção minha e serve para definir um processo de inversão de valores, segundo o qual se transforma a vitíma em culpado e, na contramão, se inocenta o culpado. Estava há pouco escutando um programa de debates - Camarote da TVCOM/Porto Alegre/RS´- que debatia uma ocorrência policial, um assaltou que resultou na morte de um motorista de táxi.

O que mais me chamou a atenção no programa foi a constatação do elevado grau de incorporação na sociedade dessa idéia. Segundo afirmou um representante da categoria dos taxistas de Porto Alegre, "a culpa pelo ocorrido deverá ser debitada do profissional que acabou vitimado, pois o mesmo "não deve ter aprendido a ser assaltado", condição indispensável para quem quer trabalhar no ramo.

"Pobres assaltantes, as verdadeira vitímas desse processo injusto de segregação da nossa sociadade, que são obrigados a matar seus semelhantes - principalmente os despreparados e que reagem - para sobreviver..."

Preciso escrever mais alguma coisa?